
Bem vindo a nossa escola experimental, demonstrativa e comunitaria de alfabetização ecológica!
“Água Doce” nasceu para expandir a consciência humana a um nível tal que a fome seja um escândalo, a violência uma heresia, o etnocentrismo um anacronismo e o cuidado pela natureza uma evidência.
A nossa filosofia

Para despertar pedagogicamente essa consciência superior, propomos alguns programas de trabalho. Pensamos em estar presentes nas comunidades humanas – ricos e pobres – mas sobretudo de estar junto aos mais fracos. Queremos ainda recuperar e preservar a comunidade de toda vida, a começar pelas fontes de água e pelos rios. Sonhamos com a diplomacia popular, com o intercâmbio cultural, com o conceito da família humana e com a subsistência alimentar, porque estamos tão longe daquilo que comemos e por isto estamos tão longe de nós mesmos.
sonhamos com a formação de um verdadeira comunidade humana, sustentável, aberta, sensível, amiga e cuidadosa com toda forma de vida.
Para levar adiante essa pequena utopia possível, é preciso o envolvimento de muita gente, sobretudo daquelas em que já despontou a consciência planetária. Temos necessidade de apoio, de boa energia, de bons desejos, de poesia, de oração e de presença amorosa. Se tivermos isso, o sucesso está garantido. Então a vida triunfou sobre a morte e a esperança sobre o desespero. Que o Espírito Criador renove nossos corações e a face de toda a Terra.

Árvore da vida
Conta-se que no Paraíso, Adão e Eva comeram do fruto da árvore do conhecimento e conheceram o bem e o mal. Este conhecimento nascido de uma transgressão despertou o ciúme de Deus: “Que não vá agora o homem comer também do fruto da árvore da vida, porque senão será eterno como Nós!” E os expulsou do Paraíso, deixando-lhes no fundo dos olhos a beleza daquela árvore e no coração o desejo de comer-lhe o fruto.
A imagem daquele fruto pequenino, vermelho, belo de se ver e mais saboroso ainda de se comer, machuca nosso coração, fá-lo recordar daquele lugar de delícias, o impele a abaixar os galhos da árvore até que toquem o solo de nossa tristeza. Nada, ninguém aquieta a alma humana. Como um passarinho, ágil e leve, procura dia após dia, manhã e tarde, bicar o vermelho do fruto da vida. A vontade de ser eterno e feliz como Deus que o criou, o queima dentro e fora.
Nós da “Água Doce” experimentamos, com simplicidade e afeto, caminhos para mitigar essa inquietude, alimentando nos corações a esperança de alcançar a árvore da plena vida.
Por que e como trabalhamos com o povo
Descemos para assistir, educar e organizar os pobres, vistos como empobrecidos e excluídos, e assim ir criando uma clareira de humanidade e civilização. Descemos também para, a partir da cultura dos pobres, expandir a consciência humana, formando embrionariamente comunidades locais – reverentes e sustentáveis.
Não fundamos um instituto ou centro localizado fora do território onde queremos atuar, mas sim nos instalamos no coração da própria comunidade com quem queremos interagir.
Temos um horizonte aonde queremos chegar, mas não temos o caminho que vai se descobrindo no diálogo com a própria comunidade e com outros atores locais e parceiros internacionais – públicos ou não.
Preferimos uma atitude responsiva e de compartilha a uma atitude propositiva e missionária. Iniciamos simplesmente nos sentando no meio do povo, observando, ouvindo e respondendo a suas perguntas e a suas solicitações quando feitas. É uma atitude de vigília, mas não de acomodamento; de inquietação, mas não de ansiedade.
A bondade e beleza que queremos para o futuro já deveriam se fazer presentes na maneira como atendemos às emergências populares hoje e como propomos nossas visões do amanhã. Mostre-me o que queres para o futuro pelo que és e fazes agora!
Como nos propomos a trabalhar junto com as pessoas do lugar para que nasça de dentro delas mesmas um movimento crescente de transformação, somos mais despertadores do que condutores. Por isto, nossa organização não tem um caráter empresarial com metas fixas, quantificação de resultados e contabilização de prejuízos.
Nossos educadores populares, internos à própria comunidade e externos à ela, são voluntários e não têm contrato de trabalho. Os que trabalham dois dias ou mais por semana, recebem uma ajuda de custo variável, de acordo com as doações recebidas no ano.
NOSSOS CENTROS
HOMENAGEM E GRATIDÃO
Devemos sobretudo à Prof a . ANTONIA BARBOSA PINCANO, da Uni-Rio, a
qualidade do trabalho socioeducativo do Seop e da Água Doce. Por mais
de dez anos ela deu assessoria gratuita e formou centenas de agentes
comunitários, que trabalhavam nos diversos centros sociais e centros de
educação infantil. Generosa, abnegada e sempre disponível, de manhã ou
à noite, nos dias da semana em que estava liberada dos seus
compromissos acadêmicos, de carro ou de ônibus, se fazia presente nas
comunidades de Petrópolis e da Baixada Fluminense, levando, sem alarde
e com competência, conforto e lucidez aos mais necessitados.
